Bem-Vindo! / Welcome!
CASTELOBRUXO - Diário #5
16
/ Fevereiro / 2015
(Segunda-feira)
Querido
diário,
Hoje
já fazem 15 dias que estou na nova escola, e como era de se imaginar aqui não
temos aulas de português ou matemática, o que é maravilhoso! Nada de frações!
Minha
primeira aula é sobre a História da Magia, posso ter me livrado de contas
matemáticas, mas estudar sobre a 1ª e 2ª guerra mundial jamais. Há uma
equivalente chamada “Guerra Bruxa”, e assim como a dos não mágicos eu espero
que não aconteça a 3ª. Ou que pelo menos eu não esteja viva se ocorrer.
O
professor dessa matéria é entediante, é preciso muito esforço para não cochilar
durante a aula. Seu nome é Pebras, um anão que mede mais ou menos 1,20 m, calvo
e com um óculos do tamanho de sua cabeça. Nossa sala de aula fica no segundo
andar da torre principal, onde há 5 salas dividas em letras assim como na minha
escola da favela, de A à E. Meu nome foi sorteado para a turma A, junto com o
argentino que conheci no primeiro dia que se chama Juan Cuesta e a Nicole
Velasques que divide quarto comigo.
Terminado
a 1ª aula, fomos dispensados para um pequeno intervalo, e então desci por um
atalho escorregador para a entrada da escola. Gosto de ficar observando como os
alunos se comportam e comparar com minha antiga escola, o que aliás não muda
muita coisa. Como a escola recebe alunos de toda a américa latina, existem as
turminhas de cada país, o que é bem irritante! Dos brasileiros, ainda tem uma
turminha dentro da turminha, que são um pequeno grupo de índios que olham torto
para todo mundo e vivem andando descalços. Já vi o Capelobo dando sermão em um
deles na semana passada, mas pelo que vi é perca de tempo.
Lembra
quando disse que na entrada existia um enorme lago com rochas no meio? Ele é o
lar de nada mais, nada menos que da IARA!
Sei que era de se esperar, já que quem comanda as embarcações da escola é um
curupira. Mas foi incrível a primeira vez que vi, se alguém me dissesse nunca
acreditaria. Ela é enorme, mas enorme mesmo! Uma sereia-gigante! Com uma cauda
que quando bate a luz do sol brilha mais que o ouro das paredes ou do chão. Sua
voz é coisa de outro mundo, não conseguiria descrever. Apenas que depois que
cantou no 2° dia de aula, todo mundo começou a se entender. Agora quando
converso com o Juan, consigo entender tudo o que diz como se estivesse falando
português.
Passando-se
o intervalo, todos foram para suas devidas salas. Minha 2° aula do dia é de
poções, então levei o caldeirão que comprei junto com minha avó. Cheguei na
sala, todos estavam esperando o professor, até que as paredes começaram a fazer
um ruído estrando. Todas as paredes da sala há prateleiras sobrecarregadas de livros,
e então elas começaram a descer e foram surgindo novas paredes, só que vazias e
um novo pequeno altar onde fica o espaço do professor junto a lousa. No
primeiro dia de aula foi assustador, agora todos já estávamos acostumados com
essas salas mágicas que mudam conforme um novo professor vem dar aula.
Pela
porta enfim entra a professora de poções, uma senhora de pele pálida, cabelos
bem compridos amarrados em um rabo de cavalo e olhos claros, que por um breve
momento pensei serem vermelhos. Nada me faz tirar da cabeça que ela seja uma
vampira!
Hoje
ela entrou com duas malas em mãos e as colocaram sobre sua mesa, e puxou dois
pequenos olhos que ainda estavam vivos. Eles se mexiam pra lá e pra cá
freneticamente. Bizarro! E então a
professora, que aliás se chama Eloá
Grimmar, disse que íamos aprender a fazer uma fonte de luz caseira com
olhos de Bicórnio.
Após
misturarmos com algumas plantas de nome estranho, ela ergueu sua varinha e
disse “Nox”, apagando todas as luzes da sala deixando tudo escuro, onde podia
se ver quem havia conseguido o resultado da poção. Os que conseguiram, o que me
inclui, a luz caseira era como uma lâmpada incandescente o que não dava para
ficar olhando diretamente por muito tempo. A professora explicou que ao usarmos
o olho de Bicórnio, a cor da luz que era branca pode ficar totalmente vermelha
caso algo de ameaçador esteja se aproximando.
Ao
fim do dia, fui para o meu quarto revisar um pouco do que havia estudado. Não
que eu seja uma nerd ou coisa do tipo, mas é que realmente quero me esforçar
para ser a melhor bruxa que conseguir ser, e poder dar orgulho para meus pais e
minha avó, e claro poder honrar a varinha que me foi presenteada.
Mariana Alam.
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